Produtores de ovos de Bastos investem em genética animal para manter produção

Sucesso do negócio também depende da qualidade da ração. Associação Brasileira de Proteína Animal estima um crescimento de 9% do setor neste ano

Por Carolina Lorencetti
Foto: Carolina Lorencetti

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A projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é de um crescimento de 9% na produção de ovos no Brasil neste ano. No final de 2018, segundo o IBGE, o Brasil bateu recorde de produção.

A família Maki produz ovos há quatro gerações. Da granja saem 72 mil ovos por dia, quantidade considerada pequena para os padrões de Bastos.

A cidade, que fica no interior de São Paulo, tem 141 granjas. De acordo com o IBGE, em 2017 o município produziu 286 milhões de dúzias.

Para se manter no mercado, a dica é manter o foco na biossegurança, na qualidade da ração e na genética das aves. Cristian Maki, proprietário da granja, explica que a genética de galinha de postura está em constante evolução: “As aves estão a cada ano mais exigentes, porque elas têm um potencial de produtividade muito maior, está sempre crescendo. Isso faz com que as aves tenham cada vez mais exigências nutricionais, de ambiência, de diversos aspectos. Na parte nutricional nós temos sempre que tentar evoluir a formulação das rações, fornecer proteína, energia, cálcio, fósforo nos níveis adequados para mudança na genética”.

A produção de ovos no Brasil bateu recorde de outubro a dezembro do ano passado. Foram 928 milhões de dúzias./ No primeiro trimestre deste ano, 908 milhões. Na granja da família Maki, a expectativa é de continuar crescendo pelo menos 10% ao ano e aumentar quatro vezes o número de barracões em um ano.

A agropecuária corresponde a 51% do PIB (Produto Interno Bruto) de Bastos. Neste ano, a Festa do Ovo completou 60 anos. “Bastos convive com avicultura. O principal da economia de Bastos é avicultura”, destaca Takaharu Ebisawa, presidente da comissão executiva da feira.

Mas o crescimento da oferta de ovos pode levar a um outro problema: a queda nos preços. Por isso, a Associação Paulista de Avicultura (APA) orienta que os produtores tenham cautela antes de expandir. José Bottura, diretor técnico da APA, destaca que o mercado está em uma fase de difícil consumo em função do poder aquisitivo da população. “Nós temos na produção de ovos acima do que deveria ser, então quando você tem aquela situação de oferta, preço cai. Nós temos que chegar numa condição de que o consumidor procure o produto pra comprar, que hoje não é o caso”.

No ano passado, a média per capita de consumo de ovos no Brasil chegou a 212 unidades por pessoa, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número foi o maior desde 2010.

Para 2019, a ABPA estima uma alta na produção. Para não derrubar os preços, a alternativa estaria nas exportações. 67% dos ovos exportados pelo Brasil são in natura.

A analista técnica da ABPA, Tabhata Lacerda, diz que a expectativa é de crescimento de 9%. Segundo ela, a estimativa é reflexo dos alojamentos dos últimos meses: “Se a gente continuar dessa maneira, a ABPA tem trabalhado muito na alternativa de aumentar as exportações, diversificar os produtos. A gente está tratando de toda a questão de bem-estar animal, novas tecnologias, novos regulamentos pro setor de ovos”.

Veja mais na reportagem da Família Nação Agro:

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