O Comitê de Crise organizado pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, composto por representantes dos diversos elos da cadeia produtiva do leite tem avaliado as condições de produção, usinagem e comercialização dos produtos lácteos. O grupo trabalha integrado e com muito dinamismo – “Divulgamos cartas com orientações que trazem registros de data e hora em que foi emitida, porque a situação muda muito rapidamente.”- diz Geraldo Borges, presidente da Abraleite.
No Vale do Paraíba, onde são produzidos cerca de 260 milhões de litros de leite por ano, a orientação é direcionar toda a captação para o leite longa vida (UHT) – “Como muitos produtos lácteos como o queijo fresco estão com baixo consumo, a orientação é transformar em UHT para não perder a produção”, conta Wander Bastos, presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro e membro da Comissão de Gado de Leite da FAESP/CNA.
A preocupação com a cadeia produtiva do leite neste momento de quarentena faz todo o sentido. Além de ser um produto perecível, 99% dos municípios brasileiros são produtores de leite. Dados do IBGE de 2018 apontam que o Brasil produz cerca de 33,8 bilhões de litros de leite por ano.
A produção de queijo artesanal é outro segmento que merece atenção, 175 mil famílias fazem queijo dentro das propriedades. Segundo o presidente da Abraleite – “Uma alternativa é estocar o queijo na forma de produto curado – maturado – que pode resistir por um tempo razoável e agregar valor. O produtor pode improvisar uma sala de maturação, respeitando todas as regras de higiene e normas de armazenamento.”