Extensionista Rural: agente de transformação social, econômica e ambiental
Em São Paulo, os extensionistas da CDRS realizam ações que fortalecem a organização rural em associações e cooperativas
“Ser extensionista é vestir a camisa do produtor, compartilhar e ter empatia com as dificuldades por ele enfrentadas na labuta diária do campo. É aprender com ele e não só ensinar. É ter sensibilidade para transferir conhecimentos sofisticados e torná-los rotineiros, bem como traduzir soluções complexas de problemas em execuções simples. Ser extensionista é deixar de lado muitas vezes a Veterinária, a Agronomia, a Zootecnia etc. e ser administrador de empresas, psicólogo, assistente social, professor; sabendo ouvir e aconselhar. É deixar muitas vezes de ser técnico para ser amigo. E ir além, pois a extensão rural é um serviço para quem ama o próximo e quer vê-lo crescer, melhorar e se desenvolver em harmonia com o ambiente em que está inserido. Enfim, é ser parceiro dos homens e mulheres do campo!”.
Com essa declaração, Ricardo dos Santos da Silva, médico veterinário e extensionista da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que atua, desde 2008, na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS – órgão responsável pela extensão rural e assistência técnica em São Paulo) – Regional Catanduva, ecoa o que os cerca de 600 extensionistas da Pasta consolidam em ações diárias junto a aproximadamente 260 mil Unidades de Produção Agropecuárias (UPAs) paulistas de pequeno e médio portes.
Mas muitos podem estar se perguntando: extensionista rural, quem é esse profissional? Para responder essa pergunta é preciso conceituar a atividade que, segundo a legislação federal, é um “serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais”.
Ou seja, extensionismo não é uma profissão, mas um serviço que agrega profissionais de diversas áreas, como engenheiros agrônomos e agrícolas, médicos veterinários, zootecnistas, entre outros, para atuar junto aos produtores – principalmente os pequenos, os pescadores artesanais e os de comunidades tradicionais – na promoção do desenvolvimento rural sustentável. Dados da Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) indicam que o Brasil tem mais de 15 mil extensionistas, atendendo mais de dois milhões de famílias rurais.
Para José Luiz Fontes, coordenador da CDRS, o serviço tem em seu bojo a premissa de agente de transformação. “Como extensionistas, atuamos em prol da sustentabilidade da produção e da qualidade de vida no meio rural, investindo na difusão de conhecimentos e tecnologias aliada à execução de políticas públicas e projetos que gerem uma transformação na vida dos produtores e de suas famílias. Nas últimas décadas, vivemos uma fase de transição de um modelo que privilegiava a assistência técnica para aumento de produtividade, para ações mais amplas de extensão rural”.
Fontes avalia que o profissional de extensão também passou por mudanças que pediram novas habilidades e metodologias de intervenção, necessidade de ações interinstitucionais, integração em redes sociotécnicas, abordagens transdisciplinares, novo enfoque de comunicação, criatividade, gestão, inserção no mercado, entre outras. “No âmbito da Secretaria de Agricultura de São Paulo temos agregado ferramentas que permitem aos extensionistas estarem em sintonia com essas transformações, podendo atender às demandas dos produtores e do agro que está em constante mudança”, diz o coordenador, lembrando da importância da equipe administrativa para o sucesso do trabalho extensionista no campo.
Ele comenta, ainda, que esse contexto promoveu um resgate do verdadeiro papel do extensionista que, muito mais que difusor de tecnologia, é um articulador de mudanças na comunidade rural que refletem no meio urbano. “Diante dessa nova realidade, o profissional de extensão rural conseguiu estabelecer uma relação confiável e criativa com os produtores, visando ajudá-los a alcançar um melhor nível econômico e social, com mais qualidade de vida. Como resultado desse trabalho, em São Paulo pode-se dizer que hoje há mais sustentabilidade, inclusão social, agregação de valor, cidadania, gestão, emprego, renda, qualidade de vida, segurança alimentar, Boas Práticas Agropecuárias e inserção da produção familiar no mercado, bem como conservação do solo e dos recursos naturais no campo”, diz o Fontes.
Durante este período de pandemia, a extensão rural se reinventou ainda mais. “Nos adequamos neste período de necessidade de distanciamento social, para atuar de forma mais intensa pelos canais digitais, mantendo grupos de WhatsApp e contato telefônico, para atender às demandas dos produtores e prover prestação de serviços, até que as atividades presenciais possam ser retomadas”, afirmou o coordenador.
Extensão rural em São Paulo
Em São Paulo, os extensionistas da CDRS realizam ações, projetos e programas que fortalecem a organização rural em associações e cooperativas. Executam políticas públicas e de crédito rural. Incentivam a produção em harmonia com o meio ambiente com projetos e ações voltados à regularização ambiental das propriedades rurais e à conservação do solo, com controle de grandes erosões e preservação de nascentes. Adaptam as pesquisas e as consolidam na prática, aliando-as à tradição dos produtores rurais e transformando-as em produtividade e competitividade nas mais diversas cadeias. Produzem e comercializam sementes variedades e mudas com garantia de qualidade e preço acessível, para atender principalmente os pequenos produtores. Atuam de forma integrada com a Defesa Agropecuária, com uma medicina veterinária preventiva e atenção à fitossanidade, apoiando ações que garantem a sanidade e segurança alimentar. Tudo isso em sintonia com as transformações do agro mundial e as demandas da sociedade, alicerçados na revolução digital!
Via Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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