Conhece o lambari rosa? Peixe está em alta no mercado
Com maior taxa ganho de peso, melhor conversão alimentar e crescimento mais rápido que a variedade de rabo amarelo, exemplar tem maior demanda como isca viva por causa da coloração chamativa. Saiba como criar na reportagem do projeto Família Nação Agro, parceria com o Senar-SP
O Instituto de Pesca de Pirassununga (SP) está conduzindo pesquisa com a criação de um peixe que tem maior taxa ganho de peso, melhor conversão alimentar e que cresce mais rapidamente do que o lambari de rabo amarelo. É o lambari rosa, uma mutação natural da espécie e que tem conquistado espaço no mercado como isca viva.
A linhagem do peixinho foi sendo selecionada pelos pesquisadores do Instituto de Pesca de modo a serem ofertados exemplares o mais cor-de-rosa possível. De acordo com o pesquisador Fábio Sussel, o rosado tem tido procura para a pesca esportiva maior do que o lambari “tradicional”, justamente por causa da coloração. “Peixes como tucunaré e corvina conseguem avistar de longe esse lambari, porque ele chama mais atenção”, diz.
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De acordo com Sussel, o mercado de isca viva paga pela variedade rosa R$ 160 por milheiro de peixe com 90. O peixe também é comercializado para o consumo como petisco, segmento que paga média de R$ 12 por quilo.
Manejo
Fábio Sussel estuda o manejo e a produção comercial de lambaris há mais de dez anos. Ele conta que as fêmeas fazem uma desova a cada 20 dias, e recomenda que a criação seja iniciada a partir dela, e não de alevinos (“filhotes”), como ocorre com outras espécies.
O pesquisador afirma que o ideal é que cada fêmea, com tamanho de 10 a 15 centímetros, produza 2.000 alevinos por reprodução. “É um número prático para quem deseja aferir se está fazendo a coisa certa”, diz.
O lambari pode ser criado em tanque-rede, em reservatório escavado no solo ou em tanque elevado. Cada sistema aceita uma concentração de peixes diferente: são 50 lambaris por metro quadrado em tanque escavado; entre 1.000 e 2.000 lambaris por metro cúbico em tanque-rede, dependendo da vazão do rio; e até 1.500 lambaris por metro cúbico em tanques elevados. Respeitando-se esses limites, a criação será lucrativa e não haverá problema de falta de oxigênio e de peixes morrendo por causa de doenças, informa Sussel.
A ração é a mesma usada para tilápia, mas o pesquisador alerta quanto ao excesso de comida. “Sempre oferecer ração abaixo da saciedade, nunca pode sobrar ração num viveiro de produção de qualquer espécie”, diz.
Para saber se qual o momento de parar de oferecer ração, o pesquisador recomenda ficar de olho na forma como o lambari come. “Ele come jogando água para cima, o que chamamos de ‘frisson alimentar’. Quando ele para de espirrar água, ele vai se alimentar. Pega o pelete com calma, já está de barriga cheia. (Nesse momento) Corta a ração e passa para outro viveiro, pois já deu a quantidade que precisava”, diz Fábio Sussel.
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