Biocarrapaticida desenvolvido pelo Instituto Biológico é usado no controle de carrapato-estrela
Pesquisadores do Instituto criaram um biocarrapaticida à base de fungos que agem contra o aracnídeo
O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, se uniu à Prefeitura Municipal de São José dos Campos (SP), por meio de sua Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade (Seurbs), para realização de experimento voltado ao controle biológico do carrapato estrela (Amblyomma sculptum), potencial transmissor da febre-maculosa. Pesquisadores do Instituto desenvolveram um biocarrapaticida à base de fungos que agem contra o aracnídeo. O produto está em fase de testes para obtenção da certificação, o que possibilitou a parceria com o município, por meio da formalização de um Termo de Cooperação. O Parque da Cidade Roberto Burle Marx, que compreende uma área natural próxima às margens do rio Paraíba do Sul considerada propícia à ocorrência dos carrapatos, foi selecionado como uma das áreas para validação da eficácia do produto.
Na parceria, uma equipe da Secretaria de Manutenção da Cidade fica responsável pela aplicação mensal do produto, sob supervisão da Seurbs. O primeiro ciclo de aplicações teve início em outubro, sempre em dias com alta umidade, necessária para assegurar a sobrevivência dos fungos no momento da aplicação e no ambiente. As últimas aconteceram em 18 e 19 de novembro. Antes das aplicações, são instaladas armadilhas para monitoramento da infestação pelos carrapatos a partir da coleta de indivíduos.
De acordo com o médico veterinário do IB Paulo Sampaio, que atua no Laboratório de Parasitologia Animal do Instituto, o biocarrapaticida é resultado de um projeto de pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvido há cerca de 3 anos. “Esses fungos entomopatogênicos já são amplamente usados na agricultura, principalmente na agricultura orgânica, por oferecerem maior segurança ao meio ambiente, sem gerar resíduos. É uma tecnologia que estamos trazendo para a área animal e de saúde pública”, afirma Sampaio.
Inicialmente testada no Centro Avançado de Pesquisa em Proteção de Plantas e Saúde Animal do IB, em Campinas (SP), e no Campus Fernando Costa da Universidade de São Paulo, em Pirassununga, a tecnologia está sendo aplicada experimentalmente também no município paulista de Salto. Em São José dos Campos, as primeiras amostras coletadas já demonstram o ataque dos fungos aos carrapatos, que se tornam mais lentos e acabam morrendo.
Conforme lembra Sampaio, além da aplicação do produto, o controle do carrapato-estrela depende do correto manejo das áreas, incluindo medidas de limpeza e a roçada frequente da grama, mantendo-a sempre aparada. “Um dos principais elementos para combater os carrapatos é eliminar os abrigos deles”, menciona o veterinário. “Com a grama aparada, eles ficam mais expostos a predadores naturais, como aves, por exemplo, e também à ação do sol”, detalha. Segundo Sampaio, a administração municipal está fazendo uma boa parte com esses cuidados. Além da manutenção das áreas, a Prefeitura realiza ações de conscientização com a distribuição de folhetos explicativos e placas de sinalização nas proximidades dos lagos, preconizando orientações simples como evitar sentar diretamente no gramado do Parque, utilizar vestimentas claras, meias e calçados fechados e verificar as roupas e o corpo a cada três horas quanto à presença dos animais.
Via Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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