Preço do mamão havaí bate recorde histórico
A oferta reduzida da fruta nas últimas semanas elevou os preços, chegando a custar R$ 5,50 o quilo no Espírito Santo
A falta e também excesso de chuvas nas principais regiões produtoras do país ajudam a explicar o recorde histórico de preços do mamão havaí registrado pelo Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo. O valor da fruta atingiu os maiores valores desde que a série histórica começou, em 2001.
A alta nos preços, segundo o Cepea, atingiu tanto os atacados quanto as regiões produtoras. Na parcial de janeiro a junho o mamão havaí teve alta 10% na comparação com o mesmo período de 2018 na Ceagesp, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. No norte do Espírito Santo o aumento foi ainda maior: 35%. O quilo da fruta foi vendido, em média, por R$ 5,50, 20% a mais na comparação com a semana passada e 2% maior que o maior preço da série histórica até então, que tinha sido registrado no dia 20 de maio de 2016.
No caso do mamão formosa, que também teve o plantio influenciado por pragas e pelas condições climáticas, os preços aumentaram 26% na Ceagesp e 53% no Espírito Santo.
O calor e a falta de chuvas em janeiro e fevereiro no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia levaram ao abortamento da florada. Já no Rio Grande do Norte e no Ceará, a demanda da fruta foi influenciada pelo excesso de chuvas em março e abril. Com isso, a incidência de pragas também aumentou. Para completar, as viroses do mosaico e da meleira continuam prejudicando a produção.
A pesquisadora Marcela Barbieri, do Cepea, avalia que a tendência para julho é de que os valores pagos continuem em alta, ou até que tenham um novo aumento. “Isso porque as noites mais frias nas regiões produtoras (de ambas as variedades) podem desacelerar o processo de maturação. Com isso, a oferta segue limitada, impulsionando os preços. Contudo, o período de inverno e férias escolares podem afetar o consumo dessa fruta”, explicou.
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