São Paulo registra recorde anual de vacinação contra brucelose, com 95,71% das fêmeas bovídeas vacinadas em 2020
Instituto Biológico aumentou em 20% sua produção de antígenos para diagnóstico de brucelose e tuberculose em animais
Por Henrique Oliveira
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O estado de São Paulo registrou novo recorde anual de cobertura vacinal com 95,71% das fêmeas bovídeas (bovinas e bubalinas), com idade entre 3 a 8 meses, vacinadas contra a brucelose, superando o índice do ano anterior que foi de 95,27%. Os dados são do sistema informatizado Gedave (Gestão de Defesa Animal e Vegetal), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento vinculado à Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Outra notícia importante é que mesmo na pandemia, o Instituto Biológico (IB-APTA), também da Secretaria, aumentou em 20% sua produção de imunobiológicos, antígenos usados para diagnóstico de brucelose e tuberculose em animais.
A vacinação contra a brucelose é obrigatória no Estado desde 2002 e é feita uma única vez na vida das fêmeas bovinas ou bubalinas, com idade entre 3 a 8 meses. A declaração junto ao sistema deve ser feita a cada semestre.
O índice de vacinação do segundo semestre de 2020, que inclui as fêmeas bovídeas vacinadas entre o mês de junho e novembro foi de 94,29%. Das 391.955 fêmeas bovinas com registro no sistema, 369.564 foram vacinadas e 22.391 bezerras deixaram de serem vacinadas. Os animais aptos a serem vacinados estavam distribuídos em 42.286 propriedades e destas, 38.152 (90,22%) declararam a vacinação.
“Mesmo diante da pandemia os índices de vacinação foram mantidos no Estado, pois os produtores rurais não deixaram de se preocupar com a sua criação e com as obrigatoriedades de proteção às doenças, principalmente com a brucelose, que é uma zoonose”, diz o médico-veterinário da Secretaria, Klaus Saldanha Hellwig, que junto à Defesa Agropecuária responde pelo PECEBT (Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose).
Sobre as 22.391 bezerras que deixaram de receber a vacina até os 8 meses de idade, o veterinário explica que os proprietários precisam regularizar a situação junto ao serviço oficial de defesa agropecuária para poder movimentar normalmente seus animais. “O proprietário deve procurar um médico-veterinário de sua confiança para vacinar as fêmeas com mais de 8 meses de idade com a vacina RB-51 e fornecer o atestado de vacinação que deverá ser apresentando em uma unidade da Coordenadoria de Defesa Agropecuária”, diz Hellwig.
Por ser uma vacina viva, que pode infectar o manipulador a vacinação deve ser feita por um profissional médico-veterinário. A relação dos profissionais cadastrados para realizar a vacinação em diversos municípios do Estado de São Paulo está disponível no site da Coordenadoria em https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/credenciados/
IB aumenta em 20% produção de imunobiológicos
Mesmo em um momento difícil, de isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, o Instituto Biológico continuou aumentando a produção e disponibilizando insumos estratégicos para o setor de produção dos agronegócios.
É o caso da produção de imunobiológicos, antígenos utilizados para diagnóstico de brucelose e tuberculose em animais. Em 2020, o Instituto Biológico produziu 5.484.430 doses de imunobiológicos, um aumento de 20% em relação a produção de 2019. O IB é a única instituição brasileira autorizada a produzir este insumo no Brasil.
“O recorde na vacinação de brucelose e no uso de antígenos para o diagnóstico de doenças importantes mostra que o produtor e o setor estão atentos e que não se descuidaram durante a pandemia”, afirma o médico-veterinário do IB, Ricardo Spacagna Jordão.
Ele explica que a diferença entre os imunobiológicos usados para diagnósticos e a vacina está em que para diagnóstico é usado um produto com bactéria morta e a vacina, no caso da brucelose, com bactéria viva.
O IB também trabalha para disponibilizar os frascos de imunobiológicos para diagnóstico da brucelose com prazo de validade maior, de 18 meses, seis meses a mais do que é encontrado hoje no mercado. “Com isso, atenderemos uma demanda importante para o setor de produção, que há bastante tempo nos pede um prazo maior de validade e frascos com menos doses para evitar desperdício”, explica. Em 2020, o IB disponibilizou os antígenos para diagnóstico de tuberculose com o dobro do prazo de validade usado até então.
O aumento na produção dos produtos e as melhorias da qualidade foram possíveis graças a investimentos no Laboratório de Imunobiológico do Instituto, localizado em São Paulo, Capital. “Nos últimos anos, tivemos grandes investimentos da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) no Laboratório, o que permitiu melhorarmos o processo e disponibilizarmos melhores produtos para o setor”, diz Jordão.
Dados regionais de vacinação de brucelose em São Paulo
Na relação abaixo estão o quantitativo de fêmeas bovídeas com idade entre 3 a 8 meses existentes no segundo semestre de 2020; o número de animais vacinados; e o índice de imunização em cada regional de Defesa Agropecuária (EDA).
EDA de Andradina – 15.937 – 15.920 – 99,89 % EDA de Araçatuba – 13.067 – 12.966 – 99,23 % EDA de Araraquara – 5.172 – 4.917 – 95,07 % EDA de Assis – 7.577 – 7.401 – 97,68 % EDA de Avaré – 9.094 – 8.572 – 94,26 % EDA de Barretos – 3.642 – 3.212 – 88,19 % EDA de Bauru – 12.475 – 11.607 – 93,04 % EDA de Botucatu – 11.092 – 9.953 – 89,73 % EDA de Bragança Paulista – 9.118 – 7.341 – 80,51 % EDA de Campinas – 5.178 – 4.194 – 81,00 % EDA de Catanduva – 2.899 – 2.831 – 97,65 % EDA de Dracena – 15.095 – 14.925 – 98,87 % EDA de Fernandópolis – 8.269 – 8.259 – 99,88 % EDA de Franca – 6.748 – 4.960 – 73,50 % EDA de General Salgado – 14.945 – 14.649 – 98,02 % EDA de Guaratinguetá – 14.117 – 14.108 – 99,94 % EDA de Itapetininga – 11.623 – 10.569 – 90,93% EDA de Itapeva – 8.634 – 6.964 – 80,66 % EDA de Jaboticabal – 2.468 – 2.068 – 83,79 % EDA de Jales – 15.525 – 15.459 – 99,57 % EDA de Jaú – 4.023 – 3.849 – 95,67 % EDA de Limeira – 5.162 – 5.062 – 98,06 % EDA de Lins – 14.123 – 13.682 – 96,88 % EDA de Marília – 15.875 – 15.784 – 99,43 % EDA de Mogi das Cruzes – 984 – 792 – 80,49 % EDA de Mogi-Mirim – 3.505 – 3.085 – 88,02 % EDA de Orlândia – 2.466 – 1.950 – 79,08 % EDA de Ourinhos – 10.539 – 10.380 – 98,49 % EDA de Pindamonhangaba – 16.390 – 15.376 – 93,81 % EDA de Piracicaba – 6.450 – 6.008 – 93,15 % EDA de Presidente Prudente – 27.954 – 25.861 – 92,51 % EDA de Presidente Venceslau – 30.249 – 28.982 – 95,81 % EDA de Registro – 4.911 – 4.585 – 93,36 % EDA de Ribeirão Preto – 3.850 – 3.450 – 89,61 % EDA de São João da Boa Vista – 11.811 – 11.653 – 98,66 % EDA de São José do Rio Preto – 13.112 – 11.681 – 89,09 % EDA de São Paulo – 191 – 165 – 86,39 % EDA de Sorocaba – 6.505 – 5.542 – 85,20 % EDA de Tupã – 13.148 – 12.772 – 97,14 % EDA de Votuporanga – 8.032 – 8.030 – 99,98 % TOTAL DO ESTADO – 391.955 – 369.564 – 94,29 %
Brucelose – É uma zoonose (doença que acomete os animais e o homem) infecto-contagiosa causada pela bactéria Brucella abortus. Nos bovinos pode causar aborto; nascimento de bezerros fracos; retenção de placenta; repetição de cio e descargas uterinas com grande eliminação da bactéria, além de inflamação nos testículos.
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo