Os motivos disso são a alta do dólar, período de entressafra e aumento da demanda com a retomada de atividades depois do início da pandemia.
Vale lembrar que o arroz é um dos produtos mais exportados pelo produtor brasileiro. De janeiro a agosto deste ano, houve elevação de 81,4%.
Os dados são do sistema de dados Comex Stat do Ministério da Economia.
“A questão do cambio é fundamental”, diz Mauro Rochlin, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que explica que a valorização da moeda americana afeta diretamente as commodities, isto é, os produtos vendidos internacionalmente.
“As commodities têm como referência o dólar. Isso explica não só o preço do arroz, como também dos derivados de soja e outros produtos”, completa.
Dessa maneira, com a incidência de estoques baixíssimos no Mercosul, os países precisam adquirir produtos dos Estados Unidos e Índia em valores mais altos.
Interferência no mercado
O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado até 31 de dezembro deste ano.
A redução temporária está restrita à quota de 400 mil toneladas, incidente nos produtos abarcados pelos códigos 1006.10.92 (arroz com casca não parboilizado) e 1006.30.21 (arroz semibranqueado ou branqueado, não parboibilizado) da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
Segundo Tereza Cristina, ministra da Agricultura, não faltará arroz no país.
No entanto, uma queda significativa do preço depende da valorização do real perante o dólar.
Cenário para o produtor
Para os rizicultores, que estavam arcando com prejuízos nas últimas safras, o cenário parece positivo.
Afinal, além da valorização do produto por conta do câmbio, quem ainda tem arroz em depósito deve conseguir um preço melhor mesmo no mercado nacional. Isso deve dar apoio aos produtores, que lidam com problemas climáticos e a diminuição de área plantada.
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