População rural deve tomar cuidados e fazer a prevenção
Por Eliane Dalpizol
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Por Tobias Ferraz
“Lave as mãos”, “evite cumprimentos com aperto de mãos”, “beijo e abraço nem pensar”, “mantenha distância das pessoas”…, essas têm sido as palavras de ordem mais repetidas pela mídia nos últimos dias e são as recomendações das autoridades e dos especialistas em saúde, por causa do novo coronavírus. Mas será que o povo da roça está seguindo essas recomendações?
Em busca dessa resposta eu conversei com várias pessoas de diversas regiões e segmentos do agro no nosso País e algumas respostas me surpreenderam: “…a mídia da um tom de alarme, as pessoas estão sabendo mas não vejo ninguém adotando as orientações de prevenção.”, ou “ … o coronavírus é o assunto na roça, mas as pessoas não se dão conta dos cuidados”, ou seja, para muita gente que mora na zona rural, o coronavírus não é um problema, e pensar assim não é adequado.
O coronavírus está em todos os continentes, por isso é chamado de pandemia, que é quando uma epidemia rompe fronteiras. Com o mundo globalizado, com gente viajando por tudo quanto é lugar, as coisas ruins também são globalizadas, e a doença é uma delas. Então, vamos lavar mais vezes as mãos, com sabão mesmo – vale até o velho sabão caseiro, feito com sebo e cinzas e soda – e evitar contato direto na hora de cumprimentar os amigos – teve gente que inventou o cumprimento só com o bico da botina – vamos manter mais distância entre as pessoas e não dar vantagem para o vírus.
Muitos produtores estão preocupados com a produção. Um amigo do Vale do São Francisco disse que vai abordar o plantio do melão com receito de não ter mercado e preço, mas é importante lembrar que mesmo com aulas suspensas, e tantas atividades com nova rotina, sem o encontro presencial, as pessoas precisam e devem se alimentar.
O pessoal do café de montanha, principalmente na região do Sul de Minas, está preocupado porque a colheita é manual, os trabalhadores vêm do Nordeste e passam meses nesse serviço. Então, como fazer?
Tem muita gente séria e preocupada pensando em soluções. Uma linha de raciocínio que foi apresentada é o investimento em derriçadeiras manuais e diminuição da mão de obra pra colheita do café, outras ideias estão amadurecendo e vão aparecer.
O Senar e Sebrae se uniram para montar um “gabinete de Inteligência”. Nos próximos dias deverão ser divulgadas algumas orientações que produtores, feirantes e supermercados devem adotar para evitar a quebra na produção e o desabastecimento de alimentos nas cidades. O presidente do Sebrae São Paulo, Tirso Meirelles, que também é produtor rural e vice presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp, diz que temos de adotar as medidas de prevenção divulgadas pelos órgãos de saúde, mas que “a vida tem de seguir, com novos cuidados, mas tocando em frente”.
Em Brasília, os deputados e senadores ligados ao agro estão discutindo formas de orientação para os produtores. Estão correndo atrás de verba e linhas de crédito de emergência.
No dia 27 de março, está prevista uma assembleia da Cooxupé, a maior cooperativa de café do mundo, e já deverá ser um encontro transmitido pela internet, para não aglomerar pessoas, onde essa questão de colheita e mercado com os impactos do novo coronavírus estarão na pauta.
Cooperativas, associações e entidades dos produtores rurais deverão publicar cartilhas com orientações sobre cuidados com a saúde e dicas sobre o mercado de cada segmento.
O momento agora é de prevenção e cuidados. Vamos ficar atentos às orientações. Procure o Sindicato Rural do seu município, consulte sempre um extensionista rural, com a porteira fechada para o coronavírus nossa vida vai voltar mais cedo ao normal.