O mercado de leite deu uma aquecida durante a pandemia. A alta do dólar favoreceu a importação do produto, no entanto, a crise da Covid-19 também trouxe instabilidades.
De acordo com Vander Bastos, membro da comissão de bovinocultura de leite da Federação de Agriultura e Pecuária do estado de São Paulo (Faesp) e diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), a alta do preço na pandemia se deu a uma soma de situações.
“É um conjunto de fatores que levaram o preço subir. A seca no sul, a entressafra aqui no sudeste, uma reação do mercado junto nesse período pandemia, tudo isso, fez com que o preço estivesse estável, mas não podemos prever isso por muito tempo”, comentou.
Nesse sentido, Vander comentou ainda que a preocupação no momento não é com o preço. Contudo, o que preocupa é a demanda interna.
“Acreditamos que isso deve liberar o preço, não deve subir mais do que isso, mas vai ficar na casa entre R$ 2 a R$ 2,30. No entanto, a gente tem muito medo com a insegurança do mercado interno”
Isso porque, com o fim dos auxílios liberados pelo governo durante a pandemia, o consumo deve cair. “A gente notou que o consumo sempre aumentava após o recebimento desses auxílios. Então, com a previsão de reduzir esse auxílio e com o aumento do desemprego, nós não podemos fazer uma projeção para o começo do ano que vem”, acrescentou.
Produtor de leite deve se preparar para os próximos meses
Por fim, Vander dá dicas para o pecuarista de leite superar uma possível fase de instabilidade nos próximos meses.
“A dica é se capitalizar, pois,nem tudo são flores. Os custos subiram, porém como o preço está remunerando melhor, o aconselhamento é que ele [produtor] se capitalize, faça novo planejamento na propriedade.
Além disso, o pecuarista deve aproveitar o momento para a venda de animais.
“Aproveite também o preço da arroba do boi. Se precisar descartar o animal, seja por célula somática, reprodução ou outra coisa, a hora é essa também”, finalizou.