Jardim sensorial oferece contato com a natureza e estímulo de sentidos; saiba como montar o seu

Segundo a engenheira agrônoma Maria Cláudia Silva Garcia Blanco, esses espaços estimulam a visão, tato, olfato, paladar e audição

Por Henrique Oliveira
Jardim sensorial oferece contato com a natureza e estímulo de sentidos; saiba como montar o seu

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo dá algumas dicas para montar um jardim sensorial. Segundo a engenheira agrônoma da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), Maria Cláudia Silva Garcia Blanco, esses espaços consistem em um paisagismo funcional, o qual proporciona contato com a natureza e estímulo dos sentidos: visão, tato, olfato, paladar, audição.

Maria Cláudia é responsável, na Divisão de Extensão Rural, por vários cursos e palestras incentivando o cultivo e o uso de ervas medicinais e aromáticas, seja para aumentar a renda do pequeno produtor, como alternativa de renda, seja para agregar valor a um produto, ou mesmo para uso da família visando a uma vida saudável.

A engenheira agrônoma explica que nem todo jardim necessita estimular a totalidade dos sentidos. “É muito comum a realização, por exemplo, de jardins de ervas que priorizam os sentidos do olfato e do paladar, além de ser um jardim também funcional, uma vez que as plantas são colhidas e podem ser utilizadas na culinária como aromatizantes, corantes e temperos”.

Porém os jardins sensoriais têm, ainda, outras funções, como desenvolver os sentidos em pessoas com limitações sensoriais ou pessoas que querem se conectar com a natureza e estimular seus sentidos, já que as sensações experimentadas promovem bem-estar e avivam os sistemas sensorial e emocional.

A boa notícia é que um jardim sensorial não precisa de um grande espaço, pode ser implantado em quintais e jardins residenciais, em varandas de apartamentos com plantas sendo cultivadas em vaso, bem como em áreas públicas como praças, incentivando o convívio social e a troca de informações.

Maria Cláudia sugere que em espaços externos seja construído em formatos que possibilitem ao visitante fazer um percurso. No caso de a finalidade ser para pessoas com limitações, como cadeirantes e idosos, os canteiros podem ser suspensos, com 50cm a 60cm de altura. “Colocar placas com nome da planta em braile também é interessante para o caso de o público ter limitações visuais; geralmente, outros sentidos podem ser aguçados quando há limitação em um deles”, incentiva a extensionista. Já quando a opção ou a possibilidade for fazer um jardim em vasos, o ideal é utilizar um para cada sentido.

A seguir, uma sugestão de plantas para cada sentido:

Maria Cláudia afirma que “o principal em um jardim sensorial é a participação do visitante que tem que se permitir experimentar, percorrer, tocar, cheirar e se encantar com as maravilhas da natureza”.

Agrônoma por formação e extensionista por opção, Maria Cláudia dá dicas para os vários espaços de cultivo.

Cultivo em canteiros

Para o cultivo em canteiros, a sugestão é elaborar um croqui da área com a distribuição das plantas por sentido e desenhando um percurso. Só depois disso, iniciar a preparação dos canteiros realizando uma calagem na dose de 100g/m2 e adubação orgânica com três a 5kg/m2 de composto orgânico. As mudas devem ser adquiridas de fornecedor idôneo, garantindo sua identificação botânica e sanidade.

Cultivo em recipientes e vasos

Utilizar uma mistura de terra, composto orgânico/húmus ou torta de mamona nas seguintes proporções: terra :húmus = 1 : 1; ou terra :torta de mamona = 3 : 1; ou ainda terra : areia : húmus = 1 : 1 : 1, quando a terra for muito argilosa.

Ao montar os vasos, colocar no fundo pedriscos, cacos ou argila expandida para drenar o excesso de água. Após colocar a mistura de terra, fazer a semeadura, que deve ser realizada na profundidade exigida; quanto menor a semente, mais superficial deve ser a semeadura. No caso de mudas, retirar do recipiente e colocá-las em buracos na terra, apertando levemente com as mãos ao seu redor.

Para completar, regar bem, sem encharcar, e cobrir o solo do canteiro ou do vaso com seixos, pedras calcárias, capim seco, casca de arroz ou outra cobertura, evitando a erosão e os respingos de terra nas plantas quando forem ser regadas. Adubar com composto orgânico ou torta de mamona a cada dois ou três meses, para o bom desenvolvimento das plantas.

Ao programar um jardim sensorial, pode-se considerar que além dessa função as plantas escolhidas sejam espécies medicinais para que, afora todos os outros benefícios já citados, possam ser usadas em preparações medicinais como chás e sucos eficazes em combater vários males corriqueiros do dia a dia. Algumas são classificadas como PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais), cujas recomendações são:

Para finalizar, a melhor das dicas é: aproveite o seu jardim sensorial, utilize as ervas e faça experiências gastronômicas em sua cozinha ou, simplesmente, observe as cores, os sons, os cheiros e pegue, sinta aquelas que podem ser tocadas. O encontro com a natureza certamente trará benefícios.

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

Categorias:

Leia também