Interior paulista em chamas: produtores de cana sofrem com o fogo

Em Nuporanga, o receio é que o fogo atinja os 36 aviários do município; em Batatais, no mês de agosto, são registrados cerca de três incêndios por dia

Por Valeria Benites
fogo em canavial

A produção do Canal Rural recebeu na tarde desta quarta-feira, 19, diversos vídeos de produtores com relato de fogo em regiões produtoras de cana. Nesse sentido, um deles vem de Nuporanga, região noroeste do estado. O incêndio teria sido iniciado por volta de 13h30, de acordo com Tiago Stabile, coordenador de cursos do Senar da região.

“Como não tem corpo de bombeiros no local, a saída tem sido a utilização de caminhões pipa e a ajuda de funcionários de usinas da região”, disse.

Em Nuporanga, o risco ainda é maior devido às grandes instalações de granjas. São 36 aviários, somando mais de 68 mil metros quadrados. O produtor, Mário Agnolet, que também é presidente do sindicato rural do município, tomou a decisão de molhar todo o perímetro de sua propriedade, o receio maior é que as aves sejam atingidas.

Alta Mogiana

Da mesma forma, em outro ponto do estado, na região da Alta Mogiana, dois incêndios de grandes proporções também chamaram a atenção de quem passava pela rodovia Cândido Portinari. Contudo, devido à falta de visibilidade na estrada, dois acidente aconteceram com veículos que passavam no local.

Já por volta das 14h30, em um trecho próximo a cidade de Orlândia, ocorreu outro incêndio as margens da Rodovia Anhanguera. Também houve interrupção da Rodovia.

No município de Batatais, próximo a Ribeirão Preto, outro incêndio. De acordo com Celso Galina Junior, que é bombeiro civil da Organização Bombeiros Unidos Sem Fronteiras, o número de focos de incêndio aumentou. “No mês de agosto do ano passado, a média era de um incêndio por dia. Já neste ano, por enquanto, estamos registrando três incêndios diariamente”.

Sobre o controle dos focos, Celso, que trabalha na região há 5 anos, relata que boa parte da ajuda vem das usinas. “Devido às queimadas que ocorrem na região, as usinas têm seus caminhões pipa já de prontidão e, com isso, são grandes parceiros dos bombeiros civis nesse tipo de ocorrência”.

Fogo criminoso x clima seco

Recentemente, durante o Dia de Campo Seguro em Salles Oliveira, o especialista em meio ambiente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo, Rodrigo Marcelo Benedini, explicou que falta de chuvas e clima seco são favoráveis para o inicio de incêndios. Questionado se teria possibilidade de evitar a tragédia, ele avalia que é muito difícil.

“Não tem solução. O vento leva o fogo por centenas de metros. A conscientização ambiental da população seria a única saída”. Uma das saídas, segundo ele, é o preparo das equipes que podem auxiliar no socorro. “Quando falamos em mão de obra, falamos em capacitação oferecida pelas usinas e pelos produtores rurais. Podemos envolver neste tópico o Senar. Ele oferece este treinamento”. Para acessar a palestra completa realizada na cidade de Salles, clique aqui.

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