A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo divulgou nesta segunda-feira, 05, o primeiro relatório dos impactos do Covid-19 em toda a produção agropecuária no Estado de São Paulo. Os dados englobam toda a cadeia, nos 645 municípios, desde a produção, passando pela distribuição e comercialização. E baseados no estudo o Estado estuda liberar linhas de crédito para as áreas mais impactadas.
O levantamento mostrou que o setor de hortaliças e frutas foi um dos mais afetados pela crise, principalmente em decorrência do fechamento de bares e restaurantes e redução das feiras livres em alguns municípios. As frutas também sofrem com as exportações aéreas – o setor de itens frescos somava 600 toneladas por semana e as vendas caíram 75% sem embarque nos últimos 15 dias. Outro setor muito impactado é o de flores e plantas ornamentais, onde as vendas em supermercados e floriculturas de todo o país desabaram 70% só na semana passada. Somente aos produtores rurais desse setor, os prejuízos estão entre R$ 40 e R$ 60 milhões.
Já para o setor de proteína animal, há impactos diversos a depender da origem do produto (bovino, suíno ou avícola). A bovinocultura, apesar da arroba do boi ainda estar estável, tem vendido nos supermercados cortes menos nobres, o que apresenta menor valor agregado, enquanto, os food services, que utilizam mix de cortes de carne mais nobres, tiveram uma redução significativa das vendas devido ao lock down, com queda no movimento de aproximadamente 75%. A demanda por carne de frango, por sua vez, vem impulsionando os preços com o aumento da procura por congelados. No atacado em São Paulo, frango inteiro congelado valorizou 4% nos últimos sete dias. Houve, ainda, um aumento da demanda de ovos e os preços têm se valorizado diariamente. Em São Paulo o preço médio do ovo tipo branco extra FOB da granja é de R$108,10/caixa, um recorde nominal de 9,4% maior que o de fevereiro. O setor de pescados foi também muito afetado pela queda de Food Services.