Nas últimas semanas, nossa equipe de reportagem mostrou os efeitos das geadas sobre as plantações de café no interior de São Paulo. Contudo, várias outras culturas foram afetadas. Em Macaubal e União Paulista, interior de São Paulo, as geadas trouxeram um enorme prejuízo para o heveicultor João Luiz Berckmans, que possui um total de 40 mil e 30 mil plantas em cada município. “Em Macaubal foram afetadas 15 mil plantas, aproximadamente. Porém, ainda não sabemos a real magnitude dos estragos; apenas quando chover e vierem as brotações saberemos a real situação e percentual dos danos, que serão imensos. Em União Paulista foram afetadas cerca de 12 mil plantas”, relata.
As duas propriedades de Berckmans estavam em baixadas, e ele conta que adquiriu as propriedades já em fase adulta e não levou a questão em consideração. “Essa experiência de ter seringal em baixada, vem constatar as orientações técnicas de plantar na parte mais alta da propriedade. Custou caro passar por essa experiencia. Que sirva de lição para todos os produtores que irão plantar em novas áreas, observar bem esse item, pois a seringa é perene, isto é, por muito tempo de explotação”, declarou o produtor.
As temperaturas abaixo de zero em algumas regiões congelaram as seivas das plantas, resultando no rompimento dos vasos condutores e a consequente necrose dos tecidos. “Esta situação impactou os seringais da região de diferentes maneiras. Mas, apesar de termos identificado incidência de geada em todo o noroeste paulista, o impacto não foi generalizado; as áreas de baixada (próximas a córregos e rios) foram as mais castigadas. Infelizmente, também ocorreram registros inéditos em regiões que nunca haviam registrado condições extremas como essas”, explica Diogo Esperante, diretor executivo da APABOR (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha).