Ao longo de seus 54 anos, a CATI/CDRS vem realizando ações que contribuem para o desenvolvimento rural sustentável de São Paulo
Por Henrique Oliveira
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No final da década de 1960, a Secretaria da Agricultura passou por uma reestruturação administrativa, buscando maior eficiência na prestação de serviços e assistência técnica direta ao agricultor, a qual resultou na fusão de diversas de suas unidades. Nesse contexto, era preciso criar um órgão único para centralizar e ampliar as ações.
Nasceu, então, em 1967, a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) – atual CATI/CDRS -, que incluiu essas unidades em sua estrutura, bem como as Casas da Lavoura, criadas em 1942 (que passaram a ser denominadas de Casas da Agricultura, a partir dessa data; e hoje se encontram na maioria dos municípios paulistas), com o objetivo de promover o desenvolvimento agropecuário, por meio de ações educativas, campanhas, programas e projetos voltados ao fomento da produção e à capacitação dos produtores rurais para atuarem no novo cenário que se desenhava no rastro do desenvolvimento industrial paulista.
Ao longo de seus 54 anos, a CATI/CDRS vem realizando ações que contribuem significativamente para o desenvolvimento rural sustentável de São Paulo, com reflexos para toda a sociedade. A seguir, alguns exemplos de ações realizadas.
– A difusão de conhecimento, tecnologia e a capacitação de produtores rurais, por meio de metodologias pioneiras como o Dia de Campo, contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da agropecuária e a diversificação de culturas que caracteriza a agricultura paulista, bem como para a ampliação da produção de alimentos no Estado de São Paulo.
– As ações e programas de conservação do solo e da água, iniciados pela SAA na década de 1940, foram ampliados e intensificados com a criação da CATI, chegando aos dias atuais, como as bases que estabeleceram o conceito de desenvolvimento rural sustentável no Estado. No âmbito do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas (Microbacias I) – executado entre os anos 2000 e 2008 – a CATI incentivou a adoção de práticas conservacionistas integradas, as quais possibilitaram resultados como a ampliação da área cultivada em Sistema de Plantio Direto na Palha (o qual proporciona conservação do solo e da água, com o controle de erosão no meio rural) de 35 mil hectares, para mais de um milhão de hectares; e uma transformação na metodologia de recuperação e adequação de estradas rurais.
– A abertura de novas áreas de produção no Estado, para ampliar a produção de alimentos, passou pelo trabalho da CATI na década de 1970, com a inclusão dos produtores no desenvolvimento das propostas e execuções de programas e projetos que contavam com a transmissão das mais recentes tecnologias, as quais propiciavam respaldo técnico necessário à modernização da propriedade agrícola, como o Programa de Desenvolvimento do Oeste Paulista (Pró-Oeste) – hoje, uma das regiões de destaque no agro de São Paulo.
– O trabalho da CATI possibilitou a produção e comercialização de sementes e mudas com tecnologia, garantia de qualidade e preços acessíveis a milhares de pequenos produtores; bem como a geração e adaptação de tecnologia em mudas, que possibilitaram o cultivo comercial de culturas como a atemoia e a acerola.
– Ações extensionistas facilitaram o acesso ao crédito rural, especialmente aos pequenos produtores; e a difusão da importância do seguro rural, bem como articulou o seu acesso para produtores. Em 1979, a CATI realizou o primeiro Seminário Brasileiro de Seguro Rural – Proagro, em sua sede em Campinas.
– Desde a sua criação, a CATI incentivou a organização rural, principalmente de pequenos e médios produtores. A execução do Programa Microbacias I e do Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado resultou na criação e/ou no fortalecimento de centenas de associações e/ou cooperativas em todo o âmbito paulista, com ênfase na gestão e profissionalização da produção e do negócio rural, especialmente dos agricultores familiares.
A CATI/CDRS na atualidade
Em sintonia com as transformações do agro mundial e as demandas da sociedade, alicerçada na revolução digital, a instituição tem uma estrutura com uma ampla capilaridade, que inclui 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural; mais de 500 Casas da Agricultura; 18 unidades de produção do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes; além de departamentos e centros localizados na sede, em Campinas. Toda essa estrutura contribui para uma atuação decisiva em prol do agro paulista.
Com uma rede de extensionistas (técnicos e administrativos) dedicados ao desenvolvimento sustentável, a instituição gera e difunde conhecimento, tecnologia e inovação. Entre outras ações, executa políticas públicas que geram renda, emprego e fixação das famílias no campo com qualidade de vida; capacita produtores rurais em gestão da produção e do negócio rural; viabiliza o acesso dos pequenos e médios produtores ao crédito rural, elaborando projetos de financiamento; executa programas que promovem segurança alimentar, inclusão social e melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); incentiva a produção em harmonia com o meio ambiente, com projetos e ações voltados à conservação dos recursos naturais (solo e água) e regularização ambiental das propriedades rurais, com reflexos para toda a sociedade.