Calor mata milhares de frangos em São Paulo; entenda por que isso acontece

Médica veterinária Paola Buzollo explica que penas funcionam como isolantes térmicos e investimento em refrigeração evita prejuízos

Por Henrique Oliveira
Frangos mortos em granja de Barretos

Na última semana foi relatada a morte de 50 mil frangos em uma granja rural de Barretos, interior de São Paulo, por conta do calor em excesso. No município, foram registradas temperaturas acima dos 41º. A tragédia resultou em uma perda estimada de R$ 3 milhões a Sérgio Kakimoto, proprietário do local.

Ao Canal Rural, a médica veterinária em avicultura Paola Buzollo explica por que o calor tem impacto na saúde das aves, bem como evitar mortes devido às altas temperaturas.

De acordo com Buzollo, as aves possuem maior capacidade de retenção de calor do que são capazes de dissipar, isso porque as penas funcionam como isolantes térmicos, além do fato de que estes animais não possuem glândulas sudoríparas (responsáveis pela produção de suor).

“Aves adultas perdem calor pelas poucas regiões do corpo que não possuem penas, como cabeça, pés, embaixo das asas e peito, que são áreas de superfície reduzidas se formos considerar todo o corpo da ave. Por isso essa sensibilidade ao calor”, diz a veterinária.

Na prática, o estresse térmico acontece quando os frangos não conseguem mais perder calor e sua temperatura corporal começa a aumentar, causando hipertermia (aumento da temperatura decorrente da incapacidade do organismo de dissipar o calor).

Buzollo aponta que as perdas podem ser impedidas com investimento em equipamentos de resfriamento e boa ventilação, garantindo uma velocidade de vento adequada dentro do galpão para que se consiga retirar o acúmulo de calor das aves e deixá-las confortáveis.

“A ambiência adequada para a avicultura é tão importante hoje quanto uma boa nutrição. Ainda mais no Brasil, onde temos regiões com temperaturas muito altas”, conclui.

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